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sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Overdose de Internet


Qual o real limite de salubridade na internet?

Volta e meia nos deparamos com amigos que cometem atitudes a nosso ver, "extremas" como o orkuticídio, por não conseguirem administrar suas atividades "reais" com as virtuais.

O Orkut por exemplo, é uma comunidade (embora virtual), composta por pessoas reais, de carne e osso, dá uma enorme sensação de perda, sempre que alguém toma uma atitude mais drástica. A sensação que vem é de estarmos perdendo tempo em um mundo fictício que não dá garantias de continuidade em suas relações. Mas, como entender esta decisão?

Aqui formamos vínculos tão e às vezes mais fortes do que os formados por acidentes genéticos ou geográficos. As pessoas se mostram na maioria das vezes, mais abertas e intensamente do que as pessoas com as quais esbarramos na nossa convivência física. Desta forma, o APEGO fica mais forte, sentimos certa necessidade deste espaço onde podemos falar o que pensamos, brincar sem muitas regras e deixar aflorar em alguns momentos até aspectos mais enrrustidos de nossa personalidade...

Chega numa hora que começamos a deixar de lado familiares, amigos próximos, atividades diversas...compromissos assumidos com a gente mesmo! É nesta hora que a sensação de ser dominado por um vício caí feito um temporal sobre a nossa cabeça.

Aquele livro interessante que ganhamos no Natal fica esquecido na gaveta, não há mais tempo nem interesse em passar pela locadora e ver os lançamentos, mil desculpas para não ir à academia...no trabalho, há necessidade de dar uma espiada no que está rolando no mundo virtual de minuto em minuto...aquelas festas familiares sempre chatas, de repente se transformam em insuportáveis. Muitos projetos ficam esquecidos e o ano parece voar sobre as batidas do teclado.

O pior momento é quando a sensação de prazer inicial ao se adentrar no espaço virtual não acontece mais...e aí, tal qual um viciado em qualquer droga, se percebe que não adianta aumentar a quantidade pq aquele antigo prazer não ressurge, mas também não se consegue abandonar o vício, exceto em atitudes drásticas...

Temos que lembrar que este tipo de dependência extrema quase sempre vem suprir um vazio existencial e ela ocorre não só na net, mas naquele relacionamento do qual não conseguimos nos desvencilhar, embora não nos faça bem, naquele emprego que nos dilacera, mas não conseguimos abandonar, etc...etc...etc...

Minha proposta é de propiciar algumas reflexões sobre estes "limites" entre o salutar e o não salutar... No uso criterioso da internet, sem prejuízo para os outros espaços da vida.

Sei que há pessoas que conseguem usar de forma saudável o orkut, messenger, etc... Alternando com certa disciplina, os dias e horário de acesso. Outras, volta e meia estão ameaçando o abandono, pois se sentem literalmente "tomadas"...

Como é isto prá vc?

(Janeiro - 2007)

2 comentários:

Paulo Renato disse...

Todo vício é uma merda.
Um dos piores das últimas décadas é a televisão. Já fui muito viciado, hoje mais controlado. Milhões de pessoas desperdiçam ANOS de suas vidas hipnotizadas doante da tela, absorvendo um mar
de bosta, com raras exceções.

Muito de nós trocamos de tela, fomos pro PC. Pelo menos esse é mais interativo, 'puxa' mais pelas idéias. Mas boa parte do povo fica nos jogos, pornografia e outras bobagens.
Pode ser mais viciante que a TV, talvez até mais danoso.
Tive algumas fases mais viciantes, mas não cheguei a me aprofundar.

Mais um campo de provas para exercitarmos e desenvolvermos nosso livre arbítrio - por mais que insistamos em sermos escravos, um dia aceitaremos sermos livres e tomar conta do nosso próprio nariz...

Anônimo disse...

estou me sentindo exatamente assim, sao 6 da manha e ainda nao consigo dormir..meu caso é cronico.. preciso analisar isso com urgencia

obrigada pelo texto