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terça-feira, 15 de julho de 2008

Reminiscências...


À alguns anos atrás, eu tinha um sonho de certa forma recorrente...era um lugar, provavelmente em outro país. Uma subida íngreme de um chão de pedras (paralelepípedos), um lugar bem aberto ao fundo, um céu sem poluição. Era só o lugar...não me lembro de outras cenas ou personagens.
Certa vez assisti a um filme que mostrava um lugar bem parecido.
Hoje, navegando na internet, me deparei com esta imagem. No meu sonho não era tão colorido assim, as construções me pareciam brancas, mas o resto é bem pertinente...só reminiscências.

(Abel Manta - Lisboa e o Tejo)

terça-feira, 4 de março de 2008

Conforme prometido...O Urso Faminto.


Certa vez um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez. Porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores.

Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, dirigiu-se para uma grande fogueira, ainda ardendo em brasa e dela tirou uma enorme tina de comida.


Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando a comida.


Enquanto abraçava a tina, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina que o estava queimando. Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a tina encostava.


O urso nunca havia experimentado aquela sensação; interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida.


Então, começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a tina quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra seu corpo e mais alto rugia.


Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso praticamente sentado, recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. Ele tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na tina e, seu imenso corpo, mesmo morto ainda mantinha a expressão de estar rugindo.


"Quando terminei de ouvir essa história do mestre Jomano, percebi que, em nossas vidas, por muitas vezes abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes.

Algumas delas nos fazem gemer de dor; nos queimando por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes.

Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos. Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir.

Tenha a coragem e a visão que o urso não teve. Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a tina, solte a tina... Quando soltá-la perceberá que você pode libertar-se, e que com certeza, tudo vai dar certo." (César Romão - Do Livro: "Tudo Vai Dar Certo")

A Dor da Mudança



Refletindo sobre o artigo do Professor Marins: O Sapo Cozido, me coloquei a pensar na dor e no sentimento de medo que invade as pessoas diante das mudanças .

Para quem não conhece a historinha ela é assim: Se você colocar um sapo vivo na água fervente ele irá pular longe, se salvando. De imediato ele identificará o perigo da nova temperatura. Se você colocar o sapo vivo em uma panela de água fria e for aquecendo gradualmente a panela, o sapo fica lá até morrer cozido.

Moral da história: Não assuste o sapo senão ele foge de você. Engane o sapo, finja que não é necessária nenhuma mudança drástica e vá enrolando o bichinho com pequenas e quase imperceptíveis mudanças, daí ele não sente, ele não percebe. Este sapo gosta mesmo de ser manipulado não é?

E os humanos? Estou fadada a acreditar que quando se sentem ameaçados pulam mais alto que sapo em água fervente. O ser humano e suas incongruências...conheço gente que é ótima para dar conselhos quando o assunto não é com ela. Aí falam em ouvir o outro, em troca de idéias, em CEDER...rs. Acontece que chega um momento que a questão não é mais com o outro, é com a gente mesma, e aí? Vem o medo absurdo e desproporcional de sair da zona de conforto, mesmo que a zona de conforto esteja machucando (lembrei agora de outro texto chamado O Urso Faminto - qualquer hora posto aqui).
O "pulo" do humano ao perceber que algo se mobiliza para a mudança, faz com que além de pular longe ele contra-ataque.

Ouvimos então palavras mal ditas, duras ao extremo, dificuldade de ouvir o outro com tranquilidade, reatividade desproporcional. E muitas vezes o discurso teórico de: O diálogo é importante, vira: Os incomodados que se mudem. Rs

Por que será que a mudança assusta tanto? Me pego a refletir onde está o nosso botão da homeostase, que a princípio ajudaria na adaptação ao novo. Acredito que por isto tanto Alzheimer ultimamente. O exercício da criatividade, do inusitado, do quebrar a cara, do tirar a viseira, sair o quadradinho existencial tem que começar a ser feito. E ser adulto não esta definido pela data de nascimento, mas por uma postura coerente na hora que o bicho pega.

Quando o coração aperta, a respiração foge, o ouvido fecha, a garganta se prepara para o grito ou as pernas para a fuga, é hora de contar até 10 e vasculhar no livro teórico da nossa maduridade, sair a busca do capítulo: M U D A N Ç A... E tentar fazer bonito, sem histerismo, sem revanchismo, sem usar EPI para o "confronto".

Mudar não dói, o que doi é lutar com inimigos invisíveis e se manter estático num mundo em movimento. E deve doer também, perceber que a crosta de maturidade que construimos, cai à sombra da primeira contrariedade.



domingo, 27 de janeiro de 2008

Saldando 2007


E aí? Fugi mas retornei. Pensei em passar despercebida pelo saldo de 2007 mas ele insiste. Então tá, depois não me diga que eu que queria fazer isto. Ano de trabalho intenso/louco. Muito estresse, muita cobrança, momentos de desconsolo, quase de entrega de pontos. O trabalho dominou toda a minha vida. Me sugou todas as energias, virou figura em todos os dias da minha semana (o resto da minha vida foi o fundo)...Não permitiu que houvesse dispersão de foco. Cansaço mental (até mais que físico) , revisão de valores, de intenções profissionais, medo de arriscar outro novo...emoção virando dores físicas. Sedentarismo, preguiça, estagnação...

Família dodói...um aqui, outro alí, alguns sustos, dois sérios (vibrações para elas, uma que resiste, a outra que acaba de partir para novas caminhadas), memória da mãe anda titubeando, então...nova criança em casa. Um enfarte. Susto grande! Caramba!


Vira a página, chega! Desisto de saldar 2007, vou partir para sondar 2008 e como posso traze-lo prá mim...assim, com jeitinho, para que ele não se assuste e desista de fazer algo por mim.


Amanhã cedo ligo para a Academia, estou com o número anotado aqui na escrivaninha. Tem que ser à noite e algo que me esgote e não me dê tempo de fica elucubrando enquanto peno o corpo. Se der (em todos os aspectos) retorno para a Yoga. Se não der, ela que me perdoe.

Já fiz a busca e encontrei um curso legal na minha área. Será em dois finais de semana em abril e maio. O curso é sobre Depressão e Síndrome do Pânico. Parando de pensar seriamente em colocar os ovos em mais de um cesto e começando a agir seriamente quanto a isto.


Quero voltar ao curso de línguas mas acho que tudo ao mesmo tempo vai me fazer desistir de tudo ao mesmo tempo, então vamos com calma. Não quero assustar 2008. Eu sou da Paz.

Saldo Final: Entre mortos e feridos, aprendemos todos. Com a vida, com a morte, com os amigos, com os que tentaram ser amigos e não conseguiram. Com nossos erros, nossas repetições, nossa procrastinação, nossa pena de nós mesmos, nosso ímpeto de buscar lá no fundo do fundo do fundo do poço a capacidade de planejar tudo de novo. E de seguir em frente com otimismo (nem tanto) e com pés cansados mas impetuosos ainda.

Que venha 2008!