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sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Em Cima do Muro há um Espaço de Aprendizado

O que me leva a esta reflexão? Tenho visto por aqui, ali e acolá, uma guerra ideológica que levanta os ânimos de paraquedistas, incautos e bem-intencionados de plantão. Ideológica porque se propõe a defesa de lados, visivelmente antagônicos de se entender e viver a Doutrina dos Espíritos.

Um lado, vulgarmente é classificado como místico e outro de ortodoxo, sendo que o primeiro numa primeira leitura e entendimento ao não se fechar na compilação kardequiana acaba por vezes abrindo o leque para práticas e procedimentos que “ainda” não encontraram eco na codificação, e o outro lado, se fechando na codificação de tal forma que cai num ostracismo intelectual cerceador do novo.

Confesso sentir uma grande admiração por pessoas que se encontram nos extremos que citei, não todas, claro! Pois algumas considero de uma permissividade que beira ao descaso com a doutrina e outras, de uma irredutibilidade que beira a intransigência. No meio destes dois extremos conheci gente maravilhosa! Amigos que juntos, na mesma sintonia de busca pela “verdade”, nos levou inclusive a criar uma comunidade Espírita.

História à parte, me peguei no meio destes conflitos que vêm se reacendendo com a seguinte reflexão: Acreditamos que a vida não acaba aqui, somos espíritos imortais que após a morte do corpo físico, teremos caminhos a trilhar. Com qual “verdade” iremos reencarnar? No seio de que família? Espiritualista? Espírita? Islâmica? Budista? Judia? Católica? Protestante? Hinduísta? Teremos oportunidade de retormarmos ao caminho da doutrina da forma como fazemos hoje?

Se não reencarnarmos logo, faremos um percurso errático de aprendizado de doutrinas ou de valores morais, não-ideológicos? Quem nos receberá? Vestido de que doutrina estará o espírito condutor do nosso novo caminho? Há doutrinas neste espaço desconhecido ou nossas armaduras são risíveis aos nossos amigos espirituais?

Busco então, um exercício de convivência. Tento viver a minha escolha, a forma como entendo e percebo a doutrina sem ferir as escolhas alheias, não por pensar a minha como sendo a melhor ou a mais correta, mas por pensar que é a que me calça a que me serve mais, como espírito imperfeito que sou.

Sem demagogias agradeço aos que pensam diferente de mim e cruzam meu caminho, mesmo que em alguns momentos eu não resista a um ironia ou a um olharzinho superior (sei que vou pagar por isto também). É o diferente que me instiga. Que me faz viajar em busca do conhecimento e da validação das minhas idéias. Mas quero antes de tudo, tratar este diferente de mim com respeito, que é a base da minha evolução.

Sei que de nada me adiantará a sabedoria intelectual estéril, se não aprendi a sabedoria emocional de saber conviver com estes amigos que talvez me aguardem do outro lado, para me acolher e me ensinar o que meus críticos e meu coração endurecido se recusaram a ver e sentir nesta encarnação!

(Abril 2007)



Um comentário:

Paulo Renato disse...

Estou lendo teus textos agora e gostando MUITO. Fiz uma pausa só pra escrver isso - e pra dizer que gosto do teu jeito, das tuas idéias, de como te expressas. Enfim, acho que gosto de TI, né?
Beijos...
P.R.