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terça-feira, 4 de março de 2008

A Dor da Mudança



Refletindo sobre o artigo do Professor Marins: O Sapo Cozido, me coloquei a pensar na dor e no sentimento de medo que invade as pessoas diante das mudanças .

Para quem não conhece a historinha ela é assim: Se você colocar um sapo vivo na água fervente ele irá pular longe, se salvando. De imediato ele identificará o perigo da nova temperatura. Se você colocar o sapo vivo em uma panela de água fria e for aquecendo gradualmente a panela, o sapo fica lá até morrer cozido.

Moral da história: Não assuste o sapo senão ele foge de você. Engane o sapo, finja que não é necessária nenhuma mudança drástica e vá enrolando o bichinho com pequenas e quase imperceptíveis mudanças, daí ele não sente, ele não percebe. Este sapo gosta mesmo de ser manipulado não é?

E os humanos? Estou fadada a acreditar que quando se sentem ameaçados pulam mais alto que sapo em água fervente. O ser humano e suas incongruências...conheço gente que é ótima para dar conselhos quando o assunto não é com ela. Aí falam em ouvir o outro, em troca de idéias, em CEDER...rs. Acontece que chega um momento que a questão não é mais com o outro, é com a gente mesma, e aí? Vem o medo absurdo e desproporcional de sair da zona de conforto, mesmo que a zona de conforto esteja machucando (lembrei agora de outro texto chamado O Urso Faminto - qualquer hora posto aqui).
O "pulo" do humano ao perceber que algo se mobiliza para a mudança, faz com que além de pular longe ele contra-ataque.

Ouvimos então palavras mal ditas, duras ao extremo, dificuldade de ouvir o outro com tranquilidade, reatividade desproporcional. E muitas vezes o discurso teórico de: O diálogo é importante, vira: Os incomodados que se mudem. Rs

Por que será que a mudança assusta tanto? Me pego a refletir onde está o nosso botão da homeostase, que a princípio ajudaria na adaptação ao novo. Acredito que por isto tanto Alzheimer ultimamente. O exercício da criatividade, do inusitado, do quebrar a cara, do tirar a viseira, sair o quadradinho existencial tem que começar a ser feito. E ser adulto não esta definido pela data de nascimento, mas por uma postura coerente na hora que o bicho pega.

Quando o coração aperta, a respiração foge, o ouvido fecha, a garganta se prepara para o grito ou as pernas para a fuga, é hora de contar até 10 e vasculhar no livro teórico da nossa maduridade, sair a busca do capítulo: M U D A N Ç A... E tentar fazer bonito, sem histerismo, sem revanchismo, sem usar EPI para o "confronto".

Mudar não dói, o que doi é lutar com inimigos invisíveis e se manter estático num mundo em movimento. E deve doer também, perceber que a crosta de maturidade que construimos, cai à sombra da primeira contrariedade.



2 comentários:

Paulo Renato disse...

Também estou precisando de um caminhão de mudanças aqui, eh eh...

Mateus Medina disse...

Mudar não dói, o que doi é lutar com inimigos invisíveis e se manter estático num mundo em movimento. E deve doer também, perceber que a crosta de maturidade que construimos, cai à sombra da primeira contrariedade.

O texto é todo muito bom, mas, essa parte, é particularmente espetacular.

É um soco na boca do estômago, obriga-nos a olhar no espelho.

=)