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terça-feira, 4 de março de 2008

Conforme prometido...O Urso Faminto.


Certa vez um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez. Porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores.

Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, dirigiu-se para uma grande fogueira, ainda ardendo em brasa e dela tirou uma enorme tina de comida.


Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando a comida.


Enquanto abraçava a tina, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina que o estava queimando. Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a tina encostava.


O urso nunca havia experimentado aquela sensação; interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida.


Então, começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a tina quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra seu corpo e mais alto rugia.


Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso praticamente sentado, recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. Ele tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na tina e, seu imenso corpo, mesmo morto ainda mantinha a expressão de estar rugindo.


"Quando terminei de ouvir essa história do mestre Jomano, percebi que, em nossas vidas, por muitas vezes abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes.

Algumas delas nos fazem gemer de dor; nos queimando por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes.

Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos. Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir.

Tenha a coragem e a visão que o urso não teve. Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a tina, solte a tina... Quando soltá-la perceberá que você pode libertar-se, e que com certeza, tudo vai dar certo." (César Romão - Do Livro: "Tudo Vai Dar Certo")

A Dor da Mudança



Refletindo sobre o artigo do Professor Marins: O Sapo Cozido, me coloquei a pensar na dor e no sentimento de medo que invade as pessoas diante das mudanças .

Para quem não conhece a historinha ela é assim: Se você colocar um sapo vivo na água fervente ele irá pular longe, se salvando. De imediato ele identificará o perigo da nova temperatura. Se você colocar o sapo vivo em uma panela de água fria e for aquecendo gradualmente a panela, o sapo fica lá até morrer cozido.

Moral da história: Não assuste o sapo senão ele foge de você. Engane o sapo, finja que não é necessária nenhuma mudança drástica e vá enrolando o bichinho com pequenas e quase imperceptíveis mudanças, daí ele não sente, ele não percebe. Este sapo gosta mesmo de ser manipulado não é?

E os humanos? Estou fadada a acreditar que quando se sentem ameaçados pulam mais alto que sapo em água fervente. O ser humano e suas incongruências...conheço gente que é ótima para dar conselhos quando o assunto não é com ela. Aí falam em ouvir o outro, em troca de idéias, em CEDER...rs. Acontece que chega um momento que a questão não é mais com o outro, é com a gente mesma, e aí? Vem o medo absurdo e desproporcional de sair da zona de conforto, mesmo que a zona de conforto esteja machucando (lembrei agora de outro texto chamado O Urso Faminto - qualquer hora posto aqui).
O "pulo" do humano ao perceber que algo se mobiliza para a mudança, faz com que além de pular longe ele contra-ataque.

Ouvimos então palavras mal ditas, duras ao extremo, dificuldade de ouvir o outro com tranquilidade, reatividade desproporcional. E muitas vezes o discurso teórico de: O diálogo é importante, vira: Os incomodados que se mudem. Rs

Por que será que a mudança assusta tanto? Me pego a refletir onde está o nosso botão da homeostase, que a princípio ajudaria na adaptação ao novo. Acredito que por isto tanto Alzheimer ultimamente. O exercício da criatividade, do inusitado, do quebrar a cara, do tirar a viseira, sair o quadradinho existencial tem que começar a ser feito. E ser adulto não esta definido pela data de nascimento, mas por uma postura coerente na hora que o bicho pega.

Quando o coração aperta, a respiração foge, o ouvido fecha, a garganta se prepara para o grito ou as pernas para a fuga, é hora de contar até 10 e vasculhar no livro teórico da nossa maduridade, sair a busca do capítulo: M U D A N Ç A... E tentar fazer bonito, sem histerismo, sem revanchismo, sem usar EPI para o "confronto".

Mudar não dói, o que doi é lutar com inimigos invisíveis e se manter estático num mundo em movimento. E deve doer também, perceber que a crosta de maturidade que construimos, cai à sombra da primeira contrariedade.