Direcionar o leme, mantendo-o firme e flexível, descansar o olhar no horizonte, estar atenta às oscilações do clima, recuar nas tempestades, avançar ao sol e estrelas, lançar âncoras, recolher e seguir viagem ...Partir, chegar e rumar novamente para mares desconhecidos e retornar a portos onde ficaram pedaços do nosso coração.
Pesquisar este blog
segunda-feira, 5 de março de 2012
quinta-feira, 1 de março de 2012
O Espírito do Vento
Quem  nunca se viu as voltas em dúvidas sobre situações que remetem a  experiências espirituais?  Sonhos inusitados com cores e tons diferentes  dos habituais onde reencontramos pessoas especiais que já fizeram o  trajeto de volta ao mundo espiritual ou mesmo com pessoas desconhecidas  que  intrigaram nossa imaginação...sonhos históricos, onde vivenciamos  episódios inusitados e detalhados de outras realidades que fogem à  nossa...
O inesperado muitas vezes vem no momento de vigília,  naquele relance de visão de algo que passou e parece ter deixado um  rastro de luz, um cheiro gostoso no ar, um frio gelado apesar das  janelas estarem fechadas.
Encontrar aquela pessoa que não vemos há  anos e sobre a qual falamos no dia anterior ou acabamos de pensar,  também sacode nosso imaginário ou nossa curiosidade.
Decifrar  algo que não está catalogado no Google, nem tem o respaldo de nenhum  meio científico, sempre nos cataloga na categoria de meros crédulos   leigos e supersticiosos.
Mas, nesta balança onde de um lado  pende a matéria e do outro o espírito, usar o contrapeso da razão é  sempre prudente, mesmo que esta racionalidade nos empurre para caminhos  não convencionais.
O primeiro dever de casa é o de derrubar as  paredes que construímos  com tijolos frágeis da credulidade e  substituí-los por alicerces que venham ao encontro de nossa  inteligência, que apesar de limitada pela vastidão do desconhecido,  ainda é  o norte saudável da nossa condição humana.
Sabemos que  nossa mente é poderosa, mas não temos dons ou superpoderes, podemos  sim, condensar vivências, desejos, conhecimentos esquecidos em nosso  inconsciente e tudo isto pode ser revertido em sonhos inusitados,  editados por nossa mente  tão criativa quanto a daquele carvalesco da  Unidos da Tijuca.  E tal qual o público de uma escola de samba, nos   surpreendemos com as criações formidáveis deste carnavalesco emocional   chamado mente, que tantas vezes converte nossos desejos ou nossos medos  em fantasias, sonhos, visões tão reais que as dúvidas quanto a sua  autenticidade ou realidade seriam pecado se pecados existissem e também  não fossem fruto de nossas fantasias e temores.
Ahhh! Mas nem  todas as peças podem ser creditadas ao cérebro! Inocente tantas vezes  quando o real culpado é o vento que trás cheiros familiares ou  inusitados. O vento, este culpado que corre  rápido levando consigo as  provas do crime, carregando-as  como as trouxe, silencioso e  transparente.
Nossa mente, o vento...e onde fica o fenômeno  espiritual? A verdade do Espiritismo? Aquela que nos diz que o mundo   espiritual está aqui do nosso lado, tal qual uma dimensão que não  enxergamos por não termos todos,  enquanto encarnado, o sentido  necessário à sua percepção?  A que nos informa que os homens  desencarnados  deslizam ao nosso redor, arraigados  às suas paixões  carnais? Aquela que nos vislumbra que os espíritos podem sussurrar aos  nossos ouvidos seus conselhos e verdades condizentes com seus graus de  evolução?  A que nos quase surpreende quando informa que os eles podem  se fazer visíveis se necessário, mesmo que nossos olhos não tenham sido  preparados para ver ou nossos ouvidos para ouvir, avançando pelas  fronteiras da nossa ignorância.
Frágil, insegura, subversível é  a linha que separa o real do imaginário. Sim, porque não tenha dúvida  de que o mundo espiritual é real e que as orientações fundamentadas na  Doutrina Espírita são autênticas e apoiadas na fé racionada, fé esta que  clama à nossa razão a cada vez que duvidamos, que oscilamos nossas  incertezas na balança onde oscila a crendice cega e a realidade,  realidade não menos maravilhosa e espetacular, pois nos permite  experienciar o espetáculo de estarmos espíritos encarnados,  “evoluintes”, fazedores de nós mesmos e de nosso amanhã infinito.
Sopra por aqui um vento silencioso que trás cheiro de chuva, enquanto  um sol tórrido queima as telas na parede... Um olhar curioso se debruça  sobre a janela e o fenômeno se revela no jardineiro do prédio ao lado,  molhando o jardim. É o verdadeiro espírito do vento. E a fé continua  queimando do lado de dentro, fortificada pela verdade, sempre...
Assinar:
Comentários (Atom)

 
